Conselheiro mais antigo do clube reforçou ao g1 que a atual gestão é contrária à ação. Comudephaat realizou vistoria técnica na Associação Prudentina de Esportes Atléticos (Apea)
Leonardo Jacomini/g1
O Conselho Municipal de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico (Comudephaat) realizou uma vistoria técnica na Associação Prudentina de Esportes Atléticos (Apea), na Vila Maristela, em Presidente Prudente (SP). A atividade, que contou com a presença de quatro membros do Comudephaat, nesta terça-feira (25), faz parte do processo de tombamento, iniciado no dia de 5 julho, do clube mais antigo da cidade.
Em entrevista ao g1, o conselheiro mais antigo da Apea, Jaime Trevisan, citou que “não ficou decidido nada” e que o Comudephaat deve “dar um retorno dentro de 30 a 60 dias”.
Trevisan ainda disse que apresentou a defesa da Apea no dia 7 de julho, ao conselho municipal, e que uma nova Assembleia Geral Extraordinária entre os sócios proprietários deverá ser convocada na próxima semana, para definir uma o futuro da diretoria.
“Eu preciso de alguém que assuma. Tem gente interessada em assumir. Para participar da eleição, tem de ser sócio proprietário. É um sócio proprietário mais jovem. Os idosos não se interessam mais”, complementou.
Trevisan reforçou que a atual gestão do clube é contrária ao tombamento e irá aguardar a conclusão do parecer técnico do Comudephaat.
Tombamento provisório
A presidente do Comudephaat, Neide Barrocá Faccio, informou ao g1 que foi formada uma comissão, “com dois arquitetos e uma outra pessoa do conselho, da área de turismo, para fazer o parecer sobre o tombamento que, até o momento, é provisório”.
“Para fazer o parecer, a comissão precisou fazer uma vistoria na Apea. Ela [a comissão] foi recebida pela diretoria e fez um levantamento da parte arquitetônica, da cultura material e imaterial do clube e, então, o Comudephaat vai finalizar o parecer sobre o tombamento dizendo o que precisa ser tombado”, argumentou Neide.
A presidente reforçou ao g1 que a partir deste estudo é que “vai se deliberar o que exatamente vai ser tombado na Apea”.
Comudephaat realizou vistoria técnica na Associação Prudentina de Esportes Atléticos (Apea)
Leonardo Jacomini/g1
Crise na Apea
A Apea enfrenta uma crise iniciada em maio deste ano, com a renúncia de toda a diretoria do clube. Na ocasião, o presidente e os demais membros da diretoria renunciaram aos cargos, sob alegação de não terem mais condições de dirigi-lo. Pediram a renúncia os então presidente, Carlos Silveira, vice-presidente, Osmar Marchiotto, e presidente do Conselho Deliberativo, Teruo Miashiro.
Quando houve a renúncia coletiva, o secretário ad hoc da reunião extraordinária do Conselho Deliberativo do clube, Luiz Carlos Meix, que também já foi presidente da Apea, explicou à TV Fronteira que o conselheiro mais antigo, Aloysio Dias Campos, foi convocado para assumir imediatamente o cargo de presidente do referido órgão. Por telefone, no entanto, Aloysio Dias Campos, que também já foi presidente da Apea e sócio há mais de 50 anos, disse que não irá assumir o cargo “por motivos de saúde”.
No dia 1º de junho, uma reunião extraordinária foi marcada pelo conselheiro mais antigo da Apea, o bancário aposentado Jaime Trevisan, para eleição de novos dirigentes no clube. A reunião com os 14 conselheiros do clube, no entanto, não resultou na definição da diretoria, pois ninguém se candidatou à vaga de presidente do Conselho Deliberativo.
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Posteriormente, Jaime Trevisan convocou todos os 145 sócios proprietários da Apea para tentar, novamente, definir o futuro do clube, no dia 3 de julho. Cerca de 100 sócios proprietários participaram do encontro para tratar sobre os assuntos em pauta. A única conclusão a que os participantes chegaram foi a de que o aterramento da piscina não será realizado e, portanto, o futuro da gestão do clube ainda segue sem definição.
No dia 5 de julho, o Comudephaat publicou a abertura do processo administrativo para o tombamento de “todo o conjunto edificado pertencente à Apea”. De acordo com o documento, o processo correrá na Secretaria Municipal de Cultural (Secult) e equivale ao tombamento provisório, “considerando o risco da descaracterização do bem representado pela próxima assembleia dos sócios”.
Além disso, o processo administrativa ainda cita que ficam proibidas todas e quaisquer modificações, alterações ou supressões de bens que alterem aspectos físicos ou arquitetônicos do conjunto edificado, sob as penas das sanções, inclusive penais, cabíveis, notadamente o aterramento da piscina do clube.
Veja abaixo a íntegra do documento publicado:
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Reprodução
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