Ofício, assinado pela diretora técnica de saúde do Hospital Estadual, Cristiane Hirata, observou a existência de apenas um médico das especialidades citadas atendendo no hospital, em Presidente Prudente (SP). Hospital Estadual Doutor Odilo Antunes de Siqueira, em Presidente Prudente (SP)
Arquivo/TV Fronteira
Um comunicado enviado pelo Departamento Regional de Saúde (DRS) a 45 cidades da região de Presidente Prudente (SP) informou sobre a desassistência de médicos especialistas em Obstetrícia e Ginecologia no Hospital Estadual Doutor Odilo Antunes de Siqueira.
O ofício, assinado pela diretora técnica de saúde do Hospital Estadual, Cristiane Hirata, observou a existência de apenas um médico das especialidades citadas atendendo no hospital. Diante disso, um cronograma com os dias e os horários disponíveis para atendimentos ao longo de junho foi montado.
No comunicado feito pela DRS aos municípios que compõem a regional de saúde de Presidente Prudente, também foi informado que a unidade de saúde atenderia somente casos de urgência.
De acordo com o secretário de Saúde de Presidente Prudente, Breno Luis Erbella Casari, o município recebeu o comunicado da Secretaria de Estado da Saúde. Informou ainda que a cidade já realiza um atendimento específico às gestantes, com pré-natal e atendimento especializado para gestantes em situação de risco.
Ainda segundo o secretário, diante da situação, foram intensificados os cuidados com as gestantes, sendo que as mulheres devem procurar o hospital somente quando forem ter a criança.
Secretaria de Estado da Saúde
Em nota à TV Fronteira, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) informou que nenhuma paciente ficará sem atendimento médico nas áreas de obstetrícia e ginecologia, isso porque, após uma avaliação, caso haja necessidade, a paciente será encaminhada para o Hospital Regional (HR) de Presidente Prudente.
“O Hospital Estadual de Presidente Prudente informa que todas as pacientes que dão entrada na unidade via Pronto-socorro ou Ambulatório estão sendo atendidas. As transferências estão ocorrendo apenas sob demanda e de forma pontual e, antes dela ocorrer, o caso é compartilhado com os profissionais do Hospital Regional de Presidente Prudente”, informou.
“Em relação ao ofício, este foi encaminhado ao Departamento Regional de Saúde (DRS) de Presidente Prudente, para que orientassem aos municípios que encaminhassem à unidade apenas os casos de emergência. Conforme já informado anteriormente, a situação deverá ser normalizada até o final do mês de junho”, ressaltou.
A secretaria não divulgou a quantidade de mulheres encaminhadas para o HR até o momento, mas afirmou que está em processo de contratação emergencial de profissionais para o Hospital Estadual, que é referência na realização de partos.
“A previsão é que a contratação esteja finalizada e os profissionais alocados na unidade até o final de junho. Entretanto, a Pasta reforça que nenhuma paciente ficará desassistida, pois haverá encaminhamento para o Hospital Regional de Presidente Prudente ou para unidades da região, via Central de Regulação de Ofertas e Serviços de Saúde (Cross)”, concluiu.
Ofício da Câmara
A Câmara Municipal encaminhou nesta quarta-feira (21) um requerimento sobre a situação enfrentada pelo Hospital Estadual ao Governo do Estado e ao Ministério Público.
No documento, o Poder Legislativo ressaltou a importância da unidade de saúde para Presidente Prudente e região, relembrando a quantidade de partos realizados apenas no primeiro semestre de 2023, um total de 230.
O déficit de funcionários, incluindo médicos e outros profissionais, além de problemas na estrutura do hospital, já foram assunto nos telejornais da TV Fronteira. Em 2020, um inquérito civil na Promotoria de Saúde foi instaurado pelo Ministério Público para investigar a situação.
“Esse inquérito foi instaurado justamente para apurar a situação, fazer um quadro, um diagnóstico da situação do hospital, por conta disso é que foram solicitadas essas vistorias, o Cremesp [Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo], o Coren [Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo], a Vigilância Sanitária, tal”, disse em entrevista à TV Fronteira o promotor de Justiça Gilson Amâncio.
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