Atire a primeira pedra quem nunca experimentou ciúme, nem que seja uma pontinha? Pode ser de um amigo, de alguém da família, de colegas de trabalho ou de um parceiro afetivo, sendo esse a experiência mais comum.
O ciúme é uma emoção complexa e que divide opiniões, pois alguns o consideram importante na relação amorosa, uma prova de amor. Outros apontam como um sinal de alerta e que pode culminar em relações abusivas. Mesmo sendo considerado uma resposta natural a situações que envolvem ameaças percebidas ao relacionamento, principalmente à autoestima, o ciúme é descrito como o mais perturbador e, atualmente, a tecnologia potencializa este sentimento devido as redes sociais, onde qualquer curtida já é motivo de suspeita.
De qualquer forma, é preciso explorar os tons desse sentimento diferenciando o ciúme considerado “normal” daquele que pode ser caracterizado como patológico. O ciúme normal, é aquele que todos nós já sentimos em algum momento. É uma reação emocional passageira diante de situações que despertam insegurança. Pode surgir quando percebemos flertes, atenção de terceiros ou mudanças na dinâmica do relacionamento. Em muitos casos, ele pode até servir como um alerta, incentivando a comunicação e o entendimento mútuo, claro, se o casal tem maturidade emocional para isso.
Contudo, quando o ciúme ultrapassa a linha divisória do que é saudável em uma relação à dois, interferindo de maneira significativa na vida da pessoa, entramos no terreno do ciúme patológico. Aqui, não se trata de um simples desconforto, mas de um medo persistente e irracional de ser abandonado.
Este tipo de ciúme vem acompanhado por comportamentos controladores, possessivos e, em casos extremos, até mesmo agressivos. A desconfiança excessiva leva o ciumento a ter atitudes que venham comprovar suas suspeitas, ainda que sem fundamento, como vasculhar o celular, seguir a vítima ou até mesmo comparecer de surpresa em locais que ela disse que estaria, aprisionando o parceiro de várias formas. O resultado? Um ciclo de conflitos constantes que mina a qualidade do relacionamento. Em muitos casos, não é incomum a violência física ou os crimes passionais.
Uma vez que as causas que contribuem para o ciúme patológico são variadas, envolvendo desde questões emocionais até traumas do passado, o tratamento tem como ponto principal a psicoterapia para explorar as causas subjacentes e desenvolver estratégias para lidar com essa emoção de maneira mais saudável.
Um relacionamento deve ter como base a confiança mútua. Amar implica em acolher. O controle não é demonstração de amor e sim de desequilíbrio emocional. Créditos: Joselene L. Alvim- psicóloga
As fronteiras do ciúme
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