Sâmia Bomfim desembarca em Presidente Prudente para cuidar do velório e do enterro do irmão assassinado no RJ: ‘Ele só orgulhava a nossa família’


Diego Ralf Bonfim formou-se em medicina no ano de 2015, na Universidade do Oeste Paulista. ‘Foi um crime bárbaro, a gente quer apuração’, diz a deputada Sâmia Bonfim, irmã de médico assassinado
O casal de deputados federais Sâmia Bomfim (PSOL-SP) e Glauber Braga (PSOL-RJ) desembarcou, na tarde desta quinta-feira (5), em Presidente Prudente (SP), para cuidar dos trâmites do velório e sepultamento do médico ortopedista Diego Ralf Bomfim, que foi brutalmente assassinado a tiros no Rio de Janeiro (RJ).
A deputada e irmã da vítima, Sâmia Bomfim, encontrou-se com os pais, Domingos e Antônia, no Aeroporto Estadual de Presidente Prudente, onde prestou solidariedade às famílias dos outros dois médicos mortos no atentado e ainda citou que exige a “apuração” do crime, em entrevista à TV Fronteira.
“Primeiro, eu queria demonstrar a minha solidariedade às famílias dos outros dois médicos, que também foram vitimados neste atentado. Eu quero agradecer a toda solidariedade, eu recebi muitas mensagens, só consigo agradecer a todo mundo mesmo. Nós exigimos apuração, foi um crime bárbaro, a gente quer a apuração, a gente já entrou em contato com o Ministério da Justiça, para que a Polícia Federal possa acompanhar a apuração deste crime, então, a gente espera que haja resposta o mais rápido possível”, disse Sâmia.
O g1 apurou que um tramite do cartório que faz a declaração de óbito do médico, pode fazer com que o corpo não seja liberado ainda nesta quinta para ser levado para Presidente Prudente.
Deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP) desembarcou em Presidente Prudente (SP) na tarde desta quinta-feira (5) para cuidar dos trâmites do velório e do sepultamento do seu irmão, o médico Diego Ralf Bomfim, de 35 anos, que foi assassinado com outros dois médicos durante a madrugada no Rio de Janeiro (RJ)
Marcos Tadeu/TV Fronteira
Sâmia Bomfim (PSOL-SP) e Glauber Braga (PSOL-RJ) desembarcaram em Presidente Prudente (SP)
Mariana Perussi/TV Fronteira
Sobre recentes ameaças, a deputada federal relatou que já recebeu algumas “por e-mail” e que nunca se sabe “quem está por trás” deste tipo de ataque.
Sâmia descreveu o irmão como “um querido, íntegro, inteligente, dedicado, totalmente carinhoso com todo mundo”.
“Nunca fez mal para ninguém, pelo contrário, ele só orgulhava a nossa família. Foi muito difícil para os meus pais conseguirem formá-lo como médico, foi sempre um orgulho muito grande para a nossa família, ele foi bolsista na faculdade, conseguiu chegar muito longe e é absolutamente injusto o que aconteceu com ele, com a nossa família, com os meus pais”, concluiu à TV Fronteira.
Deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP) desembarcou em Presidente Prudente (SP) na tarde desta quinta-feira (5) para cuidar dos trâmites do velório e do sepultamento do seu irmão, o médico Diego Ralf Bomfim, de 35 anos, que foi assassinado com outros dois médicos durante a madrugada no Rio de Janeiro (RJ)
Marcos Tadeu/TV Fronteira
O deputado federal Glauber Braga reforçou o pedido para que o “Ministério da Justiça faça o acompanhamento das investigações” com a Polícia Federal.
“Que essas investigações possam ser profundas para que a gente possa chegar aos executores, aos mandantes, exatamente o que aconteceu. E o que a gente quer, neste momento, é deixar um abraço forte para a família das outras duas pessoas que faleceram e abraçar a nossa família e agradecer todas as mensagens de solidariedade que estão chegando”, finalizou o marido de Sâmia.
Ainda não há definição de data e horário de quando o corpo de Diego Ralf Bomfim chegará a Presidente Prudente, onde ocorrerão o velório e o sepultamento.
O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) acompanhou a esposa, a também deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP), que desembarcou em Presidente Prudente (SP) na tarde desta quinta-feira (5) para cuidar dos trâmites do velório e do sepultamento do seu irmão, o médico Diego Ralf Bomfim, de 35 anos, que foi assassinado com outros dois médicos durante a madrugada no Rio de Janeiro (RJ)
Marcos Tadeu/TV Fronteira
O crime
Diego Ralf Bomfim foi um dos quatro médicos ortopedistas baleados na madrugada desta quinta-feira em um quiosque na Praia da Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Ele e dois médicos morreram e um está internado.
A Polícia Civil do RJ acredita em execução, já que nada foi levado, e os criminosos chegaram atirando.
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Testemunhas contaram ainda que os bandidos nada falaram. Foram pelo menos 20 disparos.
Diego morreu no Hospital Lourenço Jorge após ser socorrido. O médico era especialista em reconstrução óssea pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.
Diego Bomfim, médico ortopedista e irmão da deputada Sâmia Bomfim
Reprodução/Redes sociais
Condolências
A Faculdade de Medicina da Universidade do Oeste Paulista (Unoeste) lamentou a morte de Bomfim, que concluiu a graduação em 2015, e manifestou condolências aos familiares e amigos.
A irmã do médico, Dayane Bomfim, informou que tem receio de ser um crime político.
“A gente está meio sem acreditar em tudo que aconteceu. Meu irmão era uma pessoa muito boa e nós estamos com receio de ser [um crime] político por conta da minha irmã, porque foi claramente uma execução, eles foram para matar um dos quatro que estavam lá e os demais morreram como queima de arquivo”, afirmou Dayane ao g1.
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Ela também relatou que o irmão estava na melhor fase profissional da vida dele. O médico ortopedista era especialista em reconstrução óssea pela Universidade de São Paulo (USP).
“Estava todo feliz porque tinha conseguido comprar o apartamento dele. Estava na melhor fase da vida dele, profissionalmente falando. Ia noivar. Ele era uma pessoa muito boa, já tinha operado muitas pessoas sem cobrar nada, era um menino alegre, divertido, extremamente inteligente”, disse Dayane ao g1.
O empresário Guilherme Cipulo, de 37 anos, era amigo de Bomfim desde o ensino médio, quando estudaram juntos em dois colégios particulares de Presidente Prudente, e afirmou ao g1 que se viam mensalmente, “ mantivemos a amizade depois de todos estes anos”.
Ele também relatou que conversou, na noite desta quarta-feira (4), com o médico por um aplicativo de mensagens, quando Bomfim havia chegado ao Rio de Janeiro.
“Conversamos ontem à noite pelo WhatsApp, quando ele chegou ao Rio de Janeiro. Mandou a foto do hotel em um grupo de amigos…estava tudo normal”, disse Cipulo ao g1.
Empresário Guilherme Cipulo (à esquerda) com o médico e amigo Diego Ralf Bomfim (à direita)
Cedida
O empresário ainda relatou que foi informado do assassinato de Bomfim por um outro amigo, que também é médico, na manhã desta quinta-feira.
“Apenas boas lembranças, uma pessoa que dificilmente brigaria com alguém”, relembrou o amigo do médico.
O Diretório Acadêmico (DA) Doutor José Hamilton do Amaral, da Faculdade de Medicina da Unoeste, enviou uma nota de pesar ao g1 se solidarizando com os amigos e familiares de Diego Bomfim.
“Nós, do Diretório Acadêmico da Faculdade de Medicina da Unoeste de Presidente Prudente, nos solidarizamos com a perda do Dr. Diego Bomfim, formado na vigésima nona turma da faculdade de medicina. Nossos sentimentos à família e amigos, que Deus conforte o coração de todos!”, afirmou o DA.
O Hospital Regional (HR) de Presidente Prudente também emitiu uma nota em solidariedade aos familiares e amigos pela morte do médico ortopedista.
“Durante sua graduação, Diego realizou o internato nesta unidade como acadêmico da Faculdade de Medicina de Presidente Prudente. A direção do hospital, junto aos membros do corpo clínico, bem como seus colaboradores, se solidarizam aos familiares e amigos por esta perda inconsolável”, disse o HR.
‘Estou em choque’, diz amiga
A médica psiquiatra Marcelle Cardoso, que era amiga de Diego Bomfim, com quem cursou medicina em Presidente Prudente, fez uma publicação em rede social desabafando sobre o sentimento após a morte do amigo.
“É inconcebível o que está acontecendo. Eu não aceito. Eu não entendo. Não é justo. Eu estou com muita raiva de tudo. Hoje passei o dia lembrando dos momentos que passamos juntos. São tantos! Estou em choque. Estou paralisada. Meu coração dói! Eu amo tanto você…não podia ser assim”, desabafou Marcelle.
Médica Marcelle Cardoso (à esquerda) com o amigo e também médico Diego Bomfim (à direita)
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