Jovem de 18 anos, que teve corte no pescoço causado por linha de cerol, segue internado no HR, em Presidente Prudente


Dennis Kayky sofreu ferimento quando trafegava de moto no Residencial Cremonezi. Dennis Kayky Ribeiro da Silva Santos segue internado no Hospital Regional (HR), em Presidente Prudente (SP)
Reprodução/Facebook
O motociclista Dennis Kayky Ribeiro da Silva Santos segue internado em atendimento médico no Hospital Regional (HR), em Presidente Prudente (SP), nesta terça-feira (5). O rapaz, de 18 anos, sofreu um corte no pescoço, causado por uma linha de cerol, quando trafegava de motocicleta, no Residencial Cremonezi, no último domingo (3).
O HR informou ao g1, na tarde desta terça-feira, que o boletim médico do paciente apresenta a sua atual situação como “estável”.
A mulher que socorreu Dennis e o levou à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Jardim Guanabara, onde o paciente recebeu os primeiros cuidados médicos, conversou com a TV Fronteira e explicou que ele estava próximo a uma rotatória que dá acesso ao Residencial Cremonezi, tentando conter o sangramento no pescoço com duas camisetas, após ter sido atingido pela linha de cerol utilizada por uma pessoa que empinava uma pipa no bairro.
A moto da vítima estava caída próxima ao local.
De acordo com o Consórcio Intermunicipal do Oeste Paulista (Ciop), que gerencia a UPA do Jardim Guanabara, o paciente chegou em “estado grave no local, com sangramento abundante na região cervical direita, e foi encaminhado com urgência ao HR de Presidente Prudente, para passar por cirurgia geral por provável lesão arterial”.
O HR está recebendo doações de qualquer tipo de sangue para o atendimento do jovem.
Para doar, basta:
ter ao menos 50 quilos;
ser saudável;
estar descansado; e
apresentar documento de identificação.
O HR recebe doações de segunda-feira a sábado, inclusive nos feriados, das 7h às 17h. O hospital fica localizado na Rua José Bongiovani, 1297, na Cidade Universitária.
Imagem divulgada em rede social, nesta segunda-feira (4), pede doação de sangue para Dennis Kayky Ribeiro dos Santos
Reprodução/Facebook
Material proibido
O sargento do Corpo de Bombeiros, Ivan Augusto Monteiro, deu orientações sobre o assunto à TV Fronteira e reforçou que o uso das linhas de cerol é proibido.
“Nessa época de ventos, em que há menos chuvas, as pessoas aproveitam esses períodos para soltar pipa e, infelizmente, indo contra as leis e utilizando cerol nas linhas de pipa. Além de ser proibido por lei, também há o risco, não somente aos transeuntes, que estão passando com motocicletas e bicicletas, como também a eles, os próprios usuários, de se lesionarem, de ocorrer até uma possível amputação de membros da mão”, explicou.
Este foi o segundo caso envolvendo acidentes de motociclistas com cerol, em um intervalo de apenas 15 dias, em Presidente Prudente.
Investigações
O delegado da Central de Polícia Judiciária (CPJ) de Presidente Prudente, Celso Marques Caldeira, detalhou ao g1 que esta ocorrência deverá ser encaminhada ao Núcleo Especial Criminal (Necrim) para as investigações que buscarão identificar a pessoa que utilizava a linha de cerol que feriu Dennis Kayky.
Ainda de acordo com Caldeira, o crime investigado será de lesão corporal culposa.
“Podendo ser, se identificado o autor, ato infracional, no caso de menor de idade”, complementou ao g1.
Thays Karolline Moreira, de 40 anos, foi atingida na boca por uma linha chilena em Presidente Prudente (SP)
Cedida
Outro caso
No dia 20 de agosto deste ano, a empresária Thays Karolline Moreira, de 40 anos, também foi atingida por uma linha chilena enquanto trafegava de moto na Avenida João Gomes, próximo ao Balneário da Amizade.
“Eu estava andando de moto, sentido Centro, é impossível ver a linha. Eu percebi porque levantou a minha viseira e enroscou no meu óculos. No que enroscou, eu já reduzi a velocidade. Eu fui freando e a linha já arrancou o meu óculos fora, pegou na minha boca e pegou no pescoço. Mas, no pescoço, graças a Deus, na hora que pegou, pegou onde a gente prende o capacete”, relatou Thays em entrevista exclusiva ao g1.
A vítima disse ainda que a linha da pipa chegou a puxá-la “para trás” e, neste momento, ela precisou colocar um dos pés no chão, com a moto em movimento, para não se desequilibrar e cair. Por conta disso, um de seus joelhos acabou fraturado.
“Foi quando o rapaz [que estava soltando pipa com a linha chilena] veio e eu falei para ele: ‘Você está louco? Você queria me matar?’. Ele nem me pediu desculpa, ele simplesmente, com grosseria ainda, puxou a linha do meu capacete, quebrando a viseira, olhou pra mim, deu as costas e foi andando, me deixou lá”, complementou.
VEJA TAMBÉM:
Motociclista sofre corte na boca provocado por linha chilena de pipa; ‘se estivesse em alta velocidade, eu morreria’, diz vítima
Motociclista de 18 anos sofre corte no pescoço causado por linha de cerol, no Residencial Cremonezi, em Presidente Prudente
Outra motociclista, que passou pelo mesmo local momentos após o acidente com Thays, conseguiu ajudá-la a tirar a moto da via e acionar o resgate.
Antes de a vítima ser levada à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Jardim Guanabará, com um corte de 3 centímetros na boca, o homem que soltava a pipa e, ainda segundo a empresária, aparentava ter “entre 30 e 40 anos”, fugiu do local.
Depois de passar pelos procedimentos médicos e ser suturada com quatro pontos, a vítima registrou um Boletim de Ocorrência na Polícia Militar.
Thays, inclusive, precisou se afastar do trabalho por cinco dias para se recuperar das lesões.
Proteção e riscos
O especialista em trânsito Luciano Cenedese conversou com a reportagem do g1 e orientou sobre o uso das antenas protetoras, conhecidas popularmente como antenas corta-pipas, nas motocicletas.
“A lei 12.009 alterou o Código de Trânsito [Brasileiro], o artigo 139-A, e, para quem trabalha profissionalmente [com motocicletas], a antena [corta-pipa] é obrigatória. Eu tenho a minha moto, particular, que eu não trabalho profissionalmente, mas eu tenho, para a minha segurança, a antena corta-pipa. Às vezes, quando você vê, você já está em cima da linha. Então, o fato de você utilizar a antena é uma proteção própria. Acaba sendo um equipamento de proteção para o motociclista. Profissionalmente é um equipamento obrigatório”, alertou.
De acordo com Cenedese, o corte das linhas chilenas pode ser até três vezes mais potente do que o do cerol.
“O que acontece é que, às vezes, este tipo de linha chega até a cortar algumas antenas. Na hora que ela faz o enrosco, acaba fazendo esse corte na antena, mas, como a ponta da antena tem que ficar praticamente acima do capacete do motociclista, praticamente, na hora que ela enrosca, que ela faz a força, que ela corta, ela joga a linha acima da cabeça do motociclista, livrando ele. Para quem não é profissional, é um item de segurança”, concluiu ao g1.
VÍDEOS: Tudo sobre a região de Presidente Prudente
Veja mais notícias em g1 Presidente Prudente e Região.

Bookmark the permalink.

Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *