Crime foi registrado em Parapuã (SP) e, até o momento, ninguém foi preso. Duas âmbulas subtraídas foram encontradas próximas a Igreja Matriz, em Parapuã (SP)
Marcos Roberto Marques Ortega
A Paróquia Imaculada Conceição, localizada no Centro de Parapuã (SP), teve diversos itens religiosos furtados após a Igreja Matriz ser invadida na madrugada desta quinta-feira (6). Até o momento, ninguém foi preso.
Conforme o Boletim de Ocorrência, o Padre Marcos Roberto Marques Ortega chegou na igreja para realizar as orações matinais e notou que a porta lateral estava danificada e com sinais de arrombamento. Ao adentrar no local, percebeu que foram subtraídos uma televisão de 32 polegadas, três âmbulas, recipientes que armazenam as hóstias, e uma teca, onde guardam as hóstias maiores.
Em entrevista ao g1, o pároco contou que o sacrário também foi violado e estava no chão.
“Quando eu cheguei lá na igreja, eu vi as hóstias espalhadas pelo chão, o sacrário arrombado. Eu senti um sentimento de impotência, de ter sido violado, ultrajado com aquilo que é sagrado para nós ter sido zombado, sem respeito nenhum”, disse Marcos.
Ainda segundo o padre, a comunidade ficou assustada diante do crime contra a igreja.
“Essa situação deixou principalmente a comunidade católica chocada. A gente se sentiu violado. Violados nos nossos direitos do sagrado. Alguém adentrou a nossa casa e usurpou aquilo que é sagrado. Muito triste mesmo”, lamentou ao g1.
O padre acredita que o criminoso se machucou no momento em que tentava danificar o sacrário, já que encontrou manchas de sangue espalhadas no local.
“É só um latão dourado. Inclusive, ele se machucou, ele se cortou, porque tinha sangue ali também. Ele esqueceu algumas ferramentas, que também tinham sangue. Eu acredito que essa pessoa não tinha ciência do que estava fazendo, porque se fosse um ladrão profissional, iria saber que é latão e não tem valor”, ressaltou o líder religioso.
Itens religiosos da Igreja Matriz de Parapuã (SP) foram furtados na madrugada desta quinta-feira (6)
Marcos Roberto Marques Ortega
Um suspeito
O delegado responsável pelas investigações, José Luis Junqueira, informou ao g1 que as duas âmbulas subtraídas foram encontrados nas proximidades da paróquia, que fica localizada na Rua Natal.
“Estamos apurando os fatos e checando algumas filmagens pelas ruas onde possivelmente o autor, ou os autores, passaram. Isso porque dois dos objetos que foram subtraídos, foram depois abandonados em via pública”, explicou Junqueira.
Através das imagens analisadas, a Polícia Civil apura a conduta de um suspeito de ter cometido o furto.
A ocorrência foi registrada como furto qualificado, conforme o artigo 155 do código penal. A pena pode variar de 2 a 8 anos de reclusão e multa pois o crime foi cometido “com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa” e “durante o repouso noturno”.
Reparação ao sagrado
Quando os crimes ou atos de violações são registrados nas igrejas, o padre deve comunicar o bispo responsável pela paróquia. Neste caso, o bispo da Diocese de Marília (SP), Dom Luiz Antônio, que coordena a Paróquia em Parapuã, foi acioando e estará na cidade para ministrar uma missa em “reparação pelo sagrado”.
“Quando isso acontece, o bispo precisa ver e celebrar uma missa em reparação ao sagrado, porque o sagrado foi violado. Então ele precisa vir, tem uma missa especial. Quando acontece alguma situação assim, a gente precisa avisar ao Bispo Dom Luiz. Se roubar uma geladeira na casa paroquial, eu vou comunicar também, mas o procedimento é outro. Agora, no caso do sacrário, que é Jesus para nós, é uma violação”, ressaltou.
O sacerdote lamento que o local religioso não foi respeitado e sofreu danos diante do crime.
“Nós, como cristãos, temos que respeitar a fé dos outros e os outros têm que respeitar a nossa, são direitos iguais. Eu percebi que a casa de Deus foi tanto faz como tanto fez, foi muito frustrante tudo aquilo”, finalizou Ortega.
A celebração religiosa em alusão ao reparo do sagrado será realizada neste domingo (9), às 19h, na Igreja Matriz.
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‘Sentimento de impotência, de ter sido violado, ultrajado’, diz padre de igreja que teve itens religiosos furtados durante a madrugada
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