Reportagem do g1 visitou bairros em todas as regiões da cidade e registrou a beleza singular da árvore que possui papel fundamental no equilíbrio do meio ambiente. Ipê-rosa florido na Vila Iolanda, em Presidente Prudente (SP)
Leonardo Jacomini/g1
A chegada do inverno anuncia um espetáculo da natureza: a florada dos ipês começou, encantando os olhos e colorindo o caminho das pessoas que passam pelas ruas e praças de Presidente Prudente (SP).
A reportagem do g1 circulou na tarde desta terça-feira (4) por bairros em todas as regiões da cidade e fez o registro fotográfico das belas árvores.
A vez é do ipê-rosa. A cada parada, uma cena mais linda do que a outra. Cada lugar com seu encanto e as flores dão o toque charmoso.
É impossível não se impressionar com o impacto da natureza.
O prudentino Orlando Luís, que esperava a filha sair de um curso, na Vila Iolanda, explicou que fica deslumbrado com a espécie.
“É muito lindo. Na minha casa, tinha um, mas caiu um raio e abriu no meio, mas era lindo demais. Eu tenho uma casa com um ipê-branco e um amarelo. É uma obra perfeita. Só Deus para ter uma coisa dessa”, disse ele ao g1.
Florada de ipês encanta moradores de Presidente Prudente (SP)
‘Espécies nativas’
Em entrevista ao g1, nesta terça-feira, o biólogo Luiz Waldemar de Oliveira explicou que os ipês, normalmente, dão uma florada por ano. Apesar disso, o profissional mencionou que já observou alguns ipês-brancos (Tabebuia roseo-alba) florescerem mais de uma vez durante o período.
“Geralmente, o ipê-branco tem uma florada bem robusta e pode ter uma segunda florada menor. Dependendo da espécie, os ipês florescem num determinado período. [O florescimento] ocorre nestes meses, [a partir de] maio. Alguns indivíduos florescem até em outubro. A floração é estimulada pelo fotoperíodo, temperatura e chuvas. O estímulo é por dias mais curtos, temperaturas mais amenas e moderada pluviosidade. Estes fatores são determinados por seleção natural ao longo de milhares de anos”, argumentou ao g1.
De acordo com o biólogo, os ipês são nativos, em sua maioria, de áreas de Cerrado.
“O ipê-roxo [Handroanthus impetiginosus] e o amarelo [Handroanthus albus] são abundantes de nossa região, há uma abundante população, por exemplo, na reserva do [Parque Estadual do] Morro do Diabo. O ipê-branco também é comum no Cerrado. Existe uma espécie de ipê, o ipê-de-el-salvador (Tabebuia rosea), nativo da América Central, também muito abundante em nossa cidade. Este ipê alcança até 20 metros de altura, as flores geralmente se localizam nas extremidades dos galhos, e não perde totalmente suas folhas durante a floração. Suas flores são grandes, com 5 pétalas, e possuem uma tonalidade mais rosa”, acrescentou Oliveira.
Ipê-rosa no Jardim das Rosas, em Presidente Prudente (SP)
Leonardo Jacomini/g1
‘Cada cor tem seu período de florada’
O biólogo e professor André Gonçalves Vieira ressaltou ao g1 que o ipê “é uma árvore de desenvolvimento rápido, que consegue fazer uma regeneração de uma área degradada com maior rapidez”.
“Ele possui uma relação de fundamental importância na fauna devido a várias espécies de animais o usarem como alimento e abrigo, além de ajudarem na polinização de outras plantas”, complementou.
Ipê-rosa no Jardim das Rosas, em Presidente Prudente (SP)
Leonardo Jacomini/g1
Ainda segundo Vieira, “existem mais de 100 espécies de ipês e, dentre essa variedade, existem as espécies que ocorrem em nossa região que possui dois biomas, sendo o bioma de Mata Atlântica e o de Cerrado”.
“Cada cor de ipê tem seu período (mês) de florada no ano. Os ipês florescem neste período devido à adaptação à baixa taxa de umidade no ar. Isto também proporciona uma menor competitividade, porque poucas espécies botânicas florescem neste período”, concluiu Vieira ao g1.
Ipê-rosa na Vila Cláudia Glória, em Presidente Prudente (SP)
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De acordo com o biólogo Luiz Waldemar de Oliveira, as cores são “determinadas geneticamente, não havendo registro de intercruzamento entre as diferentes espécies na natureza”.
“Dependendo da cor, determinados animais são atraídos. O ipê-amarelo atrai grandes abelhas e beija-flores, sendo um importante recurso alimentar nesta época do ano. O ipê-branco atrai principalmente abelhas nativas sem ferrão. O ipê-roxo também oferece alimentos a várias espécies de aves, como beija-flores e outras aves nectarívoras. É um importante recurso alimentar para abelhas de várias espécies, tanto exóticas quanto nativas”, pontuou ao g1.
Arborização urbana
Com exceção do ipê-de-el-salvador, que, ainda conforme o biólogo Luiz Waldemar de Oliveira, foi introduzido em Presidente Prudente, as espécies encontradas nos fragmentos de Mata Atlântica da cidade são nativas.
“O ipê, na arborização urbana, é uma espécie relevante. São espécies nativas, adaptadas ao clima, resistentes a doenças e pragas e proporcionam um enriquecimento na paisagem urbana com suas exuberantes florações. As suas sementes são dispersadas pelo vento e várias espécies de aves e abelhas, nesta época do ano, obtêm o alimento para a sua sobrevivência”, finalizou Oliveira ao g1.
Ipê-rosa na Avenida Ana Jacinta, na Cohab, em Presidente Prudente (SP)
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Ipê-rosa no Conjunto Habitacional Ana Jacinta, em Presidente Prudente (SP)
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Ipê-rosa no Conjunto Habitacional Ana Jacinta, em Presidente Prudente (SP)
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Ipê-rosa no Jardim Humberto Salvador, em Presidente Prudente (SP)
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Ipê-rosa no Jardim Humberto Salvador, em Presidente Prudente (SP)
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Ipê-rosa na Vila Claudia Glória, em Presidente Prudente (SP)
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Ipê-rosa no Conjunto Habitacional Ana Jacinta, em Presidente Prudente (SP)
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Ipê-rosa na Vila Furquim, em Presidente Prudente (SP)
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Ipê-rosa na Vila Furquim, em Presidente Prudente (SP)
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Ipê-rosa no Jardim Petrópolis, em Presidente Prudente (SP)
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Ipê-rosa no Jardim Petrópolis, em Presidente Prudente (SP)
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Ipê-rosa no Jardim Petrópolis, em Presidente Prudente (SP)
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Ipê-rosa na Vila Furquim, em Presidente Prudente (SP)
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Ipê-rosa no Conjunto Habitacional Ana Jacinta, em Presidente Prudente (SP)
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Ipê-rosa no Jardim Petrópolis, em Presidente Prudente (SP)
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Ipê-rosa no Jardim Petrópolis, em Presidente Prudente (SP)
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Ipê-rosa no Conjunto Habitacional Ana Jacinta, em Presidente Prudente (SP)
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