Operação policial mira organização criminosa que causou prejuízos de pelo menos R$ 3 milhões com furtos e roubos de tratores e maquinários agrícolas

Mandados de busca e apreensão foram cumpridos nesta quinta-feira (4) em nove cidades dos estados de São Paulo e do Paraná. Trator foi subtraído pela organização criminosa na região de Presidente Prudente (SP)
Polícia Civil
A Polícia Civil deflagrou, nesta quinta-feira (4), uma operação de combate a uma organização criminosa que causou prejuízos de pelo menos R$ 3 milhões com a prática de furtos e roubos de tratores e maquinários agrícolas. No total, 16 mandados judiciais de busca e apreensão foram cumpridos em nove cidades dos estados de São Paulo e do Paraná.
De acordo com a polícia, as investigações, iniciadas na Delegacia de Rancharia (SP), duraram um ano e identificaram sete suspeitos de integrar a organização especializada na subtração de maquinários agrícolas.
O delegado e coordenador da 8ª Unidade de Inteligência Policial (UIP), Éverson Aparecido Contelli, informou ao g1 que os bandidos causaram prejuízos de pelo menos R$ 3 milhões aos proprietários rurais que foram vítimas dos crimes.
“Tem equipamentos que valem R$ 300 mil ou R$ 500 mil. Cada equipamento. Foram furtados ou roubados, no mínimo, cinco. Vamos colocar, também no mínimo, R$ 3 milhões [de prejuízo]”, explicou Contelli.
Um mandado de busca e apreensão foi cumprido em Euclides da Cunha Paulista (SP) e culminou na apreensão de aparelhos celulares de um investigado.
Como a organização criminosa agia?
Segundo a Polícia Civil, os suspeitos furtavam ou roubavam tratores no Estado de São Paulo, em especial na região oeste, e, “após adulterarem suas numerações e demais características identificadoras e visuais, destinavam os bens aos receptadores, que os modificavam, nas cidades de Euclides da Cunha Paulista e Londrina (PR)”.
No Pontal do Paranapanema, que fica no extremo oeste do Estado de São Paulo, alguns dos veículos tinham o chassi adulterado e, a partir disso, ocorria o direcionamento dos maquinários até mesmo para fora do Brasil. Após este “tratamento inicial, os maquinários eram remetidos para outras regiões do país e, inclusive, para a Bolívia”.
Durante a Operação Molière, “os motoristas responsáveis pelos transportes e o dono de uma das transportadoras, um empresário londrinense, foram identificados”.
“Foram identificados dois responsáveis diretos pelas subtrações, ou seja, aqueles que ingressavam nas propriedades rurais para retirarem os bens e que também realizavam a função de ‘batedores’, aqueles que escoltavam os maquinários durante o transporte, visando impedir atuações de fiscalização preventiva”, pontuou a Polícia Civil.
O homem apontado pelas investigações como “líder do grupo” também foi identificado.
Mandados de busca
Além de Euclides da Cunha Paulista, foram realizados outros 15 mandados de busca e apreensão em Cambé (PR), Itápolis (SP), Lençóis Paulista (SP), Londrina, Mandaguaçu (PR), Piracicaba (SP), Primeiro de Maio (PR) e Sertanópolis (PR).
“No primeiro inquérito policial, já concluído, os suspeitos foram indiciados pela prática dos crimes de integrar organização criminosa majorado, furto majorado-qualificado, falsidade material, adulteração de sinal identificador e fraude processual. Neste processo, todos já figuram como réus e, caso condenados, as penas somadas passam de 25 anos”, adicionou a polícia.
A polícia ainda investiga a participação da organização criminosa em outras “12 subtrações, o que ainda será objeto de aprofundamento a partir dos elementos de informação colhidos nesta quinta-feira”.
O nome da operação faz referência ao dramaturgo francês Jean-Baptiste Poquelin (1622–1673), mais conhecido como Molière.
Operação Molière apreendeu aparelhos celulares de investigado em Euclides da Cunha Paulista (SP)
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