Ataques cibernéticos prejudicam atendimentos nas UPAs de Presidente Prudente


Equipe médica não conseguia acessar os prontuários dos pacientes, ocasionando atraso nas consultas. Conforme o Secretário Municipal de Tecnologia, o problema foi sanado neste sábado (27). UPA do Jardim Guanabara em Presidente Prudente (SP) registrou o primeiro ataque nesta quinta-feira (25)
Leonardo Jacomini/g1
Unidade de Pronto Atendimento (UPA), Jardim Guanabara registrou o primeiro ataque nessa quinta-feira (25)
Marcos Sanches/Secom
Diversos ataques cibernéticos causaram lentidão nos atendimentos a pacientes nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) do Ana Jacinta e do Jardim Guanabara, em Presidente Prudente (SP). Conforme o Secretário Municipal de Tecnologia, Helton Molina Sapia, os primeiros registros de invasão aconteceram na noite de quinta-feira (25) e prolongaram-se até este sábado (27).
Os ataques cibernéticos afetaram o acesso da equipe médica aos prontuários dos pacientes e os respectivos históricos. Desta forma, o trabalho no atendimento precisou ser realizado de forma manual, ocasionando lentidão nas consultas.
O g1, o secretário ainda informou que outras unidades de saúde também foram atacadas, mas as UPAs foram mais afetadas devido ao atendimento 24 horas oferecido.
“Nós dizemos que são ataques distribuídos de negação do serviço. O que é isso? É um mecanismo de ataque computacional que chega até o servidor como uma requisição legítima e ele reserva o recurso do servidor. Então o atacante dispara de vários pontos distintos e a sua totalidade vem de pontos internacionais e eles vão reservando recursos do sistema. Quando você tem assim muitos, milhões de reservas de recursos, você chega em uma situação que não tem recurso para quem tem que trabalhar poder trabalhar”, explicou o secretário.
Três dias de ataques
Os primeiros ataques foram registrados na noite desta quinta-feira (25), na UPA da Zona Norte. Porém, com as primeiras informações, a equipe de tecnologia acreditava que poderia ser um problema na infraestrutura da unidade.
“Eles é que manifestaram, falaram ‘olha, tem alguma coisa estranha aqui’. Aí fomos lá, revisamos tudo. No primeiro momento não encontramos nenhum problema na nossa infraestrutura, foi quando nós detectamos algum tipo de ataque que estava acontecendo”, comunicou Sapia.
Apesar de ter protegido o sistema da primeira invasão, os funcionários das unidades de saúde continuaram com dificuldade em acessar os prontuários dos pacientes.
“O problema desses ataques é que eles vão mudando. O ataque começa, você resolve aquele, então o atacante acaba mudando para um outro tipo de ataque, gerando um outro tipo de problema”, informou Helton.
Tais invasões ocasionadas desde quinta-feira, foram sanadas neste sábado. Equipes da área tecnológica da Administração Municipal identificaram as formas de ataques e criaram bloqueios para que os hackers deixassem de interferir no sistema de saúde.
“Nós estudamos a forma como o ataque acontece e preparamos nosso sistema para se defender. Então esse ataque, em especial, ele não funciona mais na nossa estrutura”, finalizou Sapia ao g1.
Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Ana Jacinta também foi afetada pelos ataques
Reprodução/TV Fronteira
Invasões generalizadas
Questionado sobre o possível motivo da invasão provocadas pelos chamados hackers, Sapia não soube explicar, já que os atacantes não conseguiram acessar os dados dos pacientes.
“Imagina assim: se alguém soubesse que esse é o sistema da saúde, qual é a intenção de alguém em querer paralisar o sistema que vai atrapalhar a vida das pessoas? Tem que ter uma pessoa com uma intenção realmente, uma pessoa com o coração muito ruim. Então eu imagino que deve ser um ataque generalizado”, contou ao g1.
Aparentemente, segundo o secretário, o ataque não foi destinado intencionalmente apenas à Prefeitura de Presidente Prudente.
“Ouvi relatos de outros colegas de outros provedores aqui da região de Presidente Prudente que também sofreram ataques da mesma natureza. Então, eu acredito que a prefeitura infelizmente só entrou, vamos dizer assim, no meio. Acho que não foi nada direcionado para os nossos sistemas”, acrescentou Helton.
Dados protegidos e lentidão no sistema
Sobre os ataques, Sapia informou que não houve sequestro ou roubos de dados, o que normalmente acontecem em ataques cibernéticos.
“Normalmente isso tem algum tipo de resgate envolvendo dinheiro e ele tem o sequestro de dados. Não houve nada nesse sentido, os dados estão todos certinhos, nossos sistemas estão todos protegidos”, ressaltou o secretário de tecnologia.
Devido a invasão de diversos tipos, em vários momentos ao longo dos três dias, as UPAs de Presidente Prudente registraram lentidão nos atendimentos, já que os prontuários não podiam ser acessados pela equipe médica.
“Ele afetou principalmente o acesso ao prontuário que nós temos dentro da unidade. Por isso a lentidão nos atendimentos. Então o prontuário, que já vinha com um conjunto de informações de antigos atendimentos, ao ficar sem acesso ao prontuário, ele [o médico] tem que buscar mais informações, tem que se estender um pouco mais, isso vai, infelizmente, atrapalhando o andamento do paciente dentro da unidade”, disse ao g1.
Monitoramento
Em nota, a Prefeitura de Presidente Prudente informou que a indisponibilidade intermitente que atingiu as unidades de saúde, causando lentidão nos atendimentos deste sábado (27), foi provocada por ataques cibernéticos.
“Medidas de segurança foram tomadas para conter cada um dos ataques realizados e bloquear ataques futuros”, ressaltou.
Ainda conforme o informativo, a Secretaria de Tecnologia segue monitorando os sistemas da prefeitura a fim de garantir a continuidade dos serviços aos cidadãos.
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