Menina de 3 anos que teve perna amputada em atropelamento por motorista bêbado recebe doação de prótese ortopédica; VÍDEO


Fisioterapeuta realizou a entrega nesta sexta-feira (16), em Presidente Prudente (SP). Menina de três anos recebe prótese ortopédica após ter perna amputada em atropelamento
A menina Yara dos Santos e Sousa, de 3 anos, ganhou, nesta sexta-feira (16), uma prótese ortopédica, em Presidente Prudente (SP) (assista ao vídeo acima). Ela teve a perna esquerda amputada após ter sido atropelada em junho de 2023 em uma praça no Parque Residencial Francisco Belo Galindo por um motorista bêbado.
Doação
O fisioterapeuta protesista Danilo Bravo de Freitas, de 37 anos, é proprietário de uma loja de próteses ortopédicas no Centro da cidade e disse ao g1 que soube do acidente que aconteceu com a Yara através da igreja da qual é membro. Ele fez contato com a equipe médica que atendeu ao caso e decidiu realizar a doação.
“Após avaliação do caso e definir o modelo de prótese, realizamos as medidas personalizadas e encomendamos as peças, que são importadas, de acordo com o lado e o tamanho do pé. Elaboramos o modelo de acordo com as medidas e finalizamos com a laminação em resina acrílica e fibra de carbono. Realizamos provas e ajustes até a entrega do equipamento”, afirmou Freitas.
Fisioterapeuta Danilo Bravo de Freitas doou prótese ortopédica para Yara dos Santos e Sousa, que teve a perna amputada após ter sido atropelada
Leonardo Bosisio/g1
O fisioterapeuta explicou ao g1 que o encaixe personalizado da prótese é confeccionado em resina acrílica e fibra de carbono e as peças modulares são de aço carbono e alumínio. Além disso, o profissional disse ainda que o aparelho custa entre R$ 5 mil e R$ 6 mil e precisará ser trocado conforme o crescimento da menina. Freitas irá acompanhar a garota por um período que varia entre um e dois anos até ela se acostumar com a prótese.
“Sim [a prótese precisará ser trocada]. Além da altura, o membro contralateral também irá se desenvolver. Neste caso, a prótese também precisará ser trocada, acompanhando este desenvolvimento”, detalhou Freitas.
Fisioterapeuta Danilo Bravo de Freitas doou prótese ortopédica para Yara dos Santos e Sousa, que teve a perna amputada após ter sido atropelada
Leonardo Bosisio/g1
Por fim, ele ressaltou que o sentimento ao doar a prótese a Yara é de satisfação.
“Sentimento de satisfação ao poder contribuir para que uma criança possa voltar a sentir alegria após o trauma sofrido”, finalizou o fisioterapeuta ao g1.
Fisioterapeuta Danilo Bravo de Freitas doou prótese ortopédica para Yara dos Santos e Sousa, que teve a perna amputada após ter sido atropelada
Leonardo Bosisio/g1
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Yara dos Santos e Sousa, de 3 anos, com a prótese ortopédica
Leonardo Bosisio/g1
‘A felicidade dela é a nossa’, diz mãe
A mãe da pequena Yara, Veridiana dos Santos e Sousa, de 30 anos, contou ao g1 que tem seis filhos e não voltou a trabalhar como empregada doméstica após o acidente que vitimou a menina. Ela relatou que, após o atropelamento, preparou-se para um “longo prazo de recuperação” da menina, porém, sua filha recuperou-se “super bem”.
“Os dias de luta foram mais durante a estadia dela no hospital, a gente sofreu bastante durante o tempo em que ela ficou internada na UTI [Unidade de Terapia Intensiva], porque ali era uma luta pela vida dela, uma luta diária. Só que, depois que saiu daquele lugar, ela se recuperou muito fácil. A perna da amputação cicatrizou muito rápido, ela se adaptou rápido às coisas. A gente não precisou mudar muita coisa da rotina”, avaliou Veridiana.
Yara dos Santos e Sousa, de 3 anos, retornando para casa com a prótese em Presidente Prudente (SP)
Leonardo Bosisio/g1
Ela disse ao g1 que foi necessário fazer pequenas adaptações na casa da família, no Jardim Morada do Sol, para a criança “poder se deslocar melhor”. Além disso, Veridiana também lembrou a dificuldade que a filha tinha para se aceitar no início.
“Ela não gostava de se olhar. A gente ia trocar ela, ela olhava para o lado. Ela não gostava de se ver e também não perguntava o que tinha acontecido com ela. Ela via que estava sem uma perninha, mas não perguntava. No primeiro mês que veio embora do hospital, ela só andava com a mantinha no carrinho. Quando colocava na cadeira para ir passear, ela pedia para cobrir a perna dela. Só que isso também foi um prazo curto. Depois que tirou os pontos, ficou bonitinho, ela começou a andar normal, sem precisar ficar cobrindo a perna, ela começou a se aceitar. Ela se aceitou bem rápido”, afirmou a mãe de Yara ao g1.
Yara já com a prótese com alguns dos irmãos e a mãe em casa, no Jardim Morada do Sol, em Presidente Prudente (SP)
Leonardo Bosisio/g1
Veridiana relatou que a filha conseguiu se adaptar “super fácil”, anda de joelhos pela casa, pulando ou com o “carrinho” dela. Já sobre a prótese ortopédica, a mãe da criança disse que “recebeu a boa notícia” da doação do aparelho após Yara ter alta do hospital.
“Os sentimentos são os melhores possíveis. Não tem nem explicação do que a gente está sentindo, a ansiedade estava forte. A gente não via a hora. Não é só o recebimento, depois tem a adaptação. Assim como ela se adaptou sem a perna dela muito rápido, eu creio que ela vai dar conta de se adaptar novamente”, avaliou a mãe.
Yara com a prótese ortopédica andando de triciclo em sua casa
Leonardo Bosisio/g1
As expectativas para o futuro da filha são de que Yara possa ir para a escola, andar, brincar e dançar.
“As nossas expectativas são as melhores possíveis. Ela é uma menina muito guerreira, ela é nosso anjo, é nossa vitoriosa e vai continuar sendo cada vez mais. Nossas expectativas são as melhores, de que ela possa viver uma vida normal, poder ir para a escola, que é o que ela mais pede. Gosta de dançar, a gente quer ver a nossa Yara de volta do jeito que ela sempre foi: extrovertida, brincalhona”, reforçou Veridiana ao g1.
“O sentimento da gente é de gratidão por Deus ter posto essa pessoa [Danilo] no nosso caminho, ter tocado no coração e é muito gratificante saber que ainda existem pessoas assim. A pessoa se dedicou muito, ele vinha para fazer o teste, ele vinha para provar, para ver como estava a Yara, é sem palavras por tudo mesmo. Voltar a ver o sorriso completo da Yara, a felicidade completa dela, porque a felicidade dela é a nossa”, finalizou a mãe da menina.
Yara já com a prótese com uma das irmãs e a mãe em casa, em Presidente Prudente (SP)
Leonardo Bosisio/g1
Tribunal do Júri
Conforme o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP) informou ao g1, o motorista, de 26 anos, foi pronunciado no dia 19 de outubro de 2023 e será submetido a julgamento pelo Tribunal do Júri.
“O processo está em grau de recurso e, portanto, ainda não há data marcada para o julgamento”, declarou o TJ-SP.
Segundo o Ministério Público do Estado de São Paulo (MPE-SP) informou ao g1, o motorista está preso preventivamente e é acusado por tentativa de homicídio qualificado pelo recurso que dificultou a defesa da vítima e por ser a vítima menor de 14 anos de idade.
“A acusação sustenta que o réu assumiu o risco de produzir o resultado morte porque conduziu o veículo automotor estando embriagado e, nesta condição, atropelou a vítima (criança com 2 anos de idade), quase causando a morte da criança, o que foi evitado graças a atendimento médico prestado, porém, a criança sofreu amputação de membro inferior”, pontuou o MPE-SP.
Homem teve carro incendiado após atropelar menina em Presidente Prudente (SP)
Polícia Civil
Atropelamento
De acordo com o Boletim de Ocorrência, a Polícia Militar foi acionada para atender a uma ocorrência de atropelamento de criança. No local, os agentes notaram a existência de um carro em chamas sobre a calçada, incendiado por populares.
A PM foi informada de que o condutor do veículo estava caído em um barranco próximo. Os policiais encontraram o homem com ferimentos na cabeça e bastante ensanguentado.
Conforme o documento policial, a PM sentiu o forte cheiro de álcool que o envolvido exalava e, ao conversar com ele, apresentou “voz pastosa desconexa”. O homem não possui Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e negou-se a realizar o teste do bafômetro. Devido aos sinais característicos de sua alteração da capacidade psicomotora pela ingestão de álcool, uma multa foi elaborada e o veículo acabou recolhido administrativamente após a perícia.
Ele foi socorrido e encaminhado para a Santa Casa de Misericórdia, onde permaneceu internado com possível trauma craniano de natureza leve, sob escolta policial.
Os policiais foram informados por testemunhas de que os familiares da criança atropelada socorreram a vítima com fratura exposta na perna esquerda e, possivelmente, no quadril e a levaram para o Hospital Regional (HR), em Presidente Prudente.
Homem tem carro incendiado após atropelar menina em Presidente Prudente (SP)
O local do acidente foi preservado até a chegada da Polícia Científica para a realização da perícia e uma equipe da PM foi até o HR conversar com os pais da menina para entender o que havia acontecido.
Na unidade hospitalar, o pai da criança disse aos policiais que estava com a família na praça, quando avistou um veículo indo em direção ao local em alta velocidade em ziguezague. O veículo subiu a calçada desgovernado e atingiu sua filha.
O homem disse ainda que, imediatamente, colocou a criança em seu carro e a levou para o HR, temendo por sua vida. Ele relatou também que, em conversa com os profissionais de saúde, foi informado de que o estado de saúde dela era gravíssimo e com possibilidade real de amputação da perna.
De acordo com o Boletim de Ocorrência, o envolvido permaneceu hospitalizado com escolta da PM e, consultando os antecedentes criminais, foi constatado que havia um mandado de prisão contra ele por dívida de pensão alimentícia.
A vítima, segundo contato da Polícia Civil com o HR, teve a perna esquerda amputada e estava sendo tratada, razão pela qual não foi possível o exame de corpo de delito pelo médico legista.
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