Segundo a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, só depois da instalação de cobertura na área onde ficarão os boxes de comidas e bebidas será aberto o processo de ocupação. Local destinado à praça de alimentação do Camelódromo de Presidente Prudente (SP) está vazio
Leonardo Bosisio/g1
Após seis meses da reinauguração do Camelódromo de Presidente Prudente (SP), boxistas relataram ao g1 problemas estruturais que afetam diretamente a circulação de pessoas e o aumento nas vendas.
O Shopping Popular “Professora Ana Cardoso Maia de Oliveira Lima – Dona Ana”, na Praça da Bandeira, no Centro, voltou a funcionar no dia 1º de julho de 2023 com investimento de R$ 6.702.672,95 e atraso de 32 meses.
Em entrevista exclusiva ao g1, a secretária municipal de Desenvolvimento Econômico, Ana Paula Athayde Setti, disse que o Camelódromo possui 240 boxes, sendo que 188 estão ocupados, 21 devem ser atribuídos nos próximos dias e 31 estão vagos.
Camelódromo de Presidente Prudente (SP)
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Entre os boxistas entrevistados, todos falaram sobre a importância da inauguração da praça de alimentação no Camelódromo, algo que ainda não tem data para ocorrer. Para Solange Aparecida Pereira, de 54 anos, a infraestrutura do local é boa e as vendas estão melhorando.
“Está ótimo. O Camelódromo está muito bom, só precisa abrir a praça de alimentação”, reforçou a boxista ao g1.
Já Raul Oliveira de Souza, de 37 anos, disse que as instalações do Shopping Popular estão melhores, porém a quantidade de boxes fechados também estão impactando na venda dos boxistas.
“A praça de alimentação, que está impactando bastante, e o restante dos boxistas abrir para melhorar o fluxo de pessoas e, automaticamente, as vendas acontecerem”, afirmou Souza ao g1.
Camelódromo de Presidente Prudente (SP)
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O boxista Nilson Ernesto de Lima, de 47 anos, relatou que a reforma deixou o Camelódromo “melhor”, porém ele avaliou que “antigamente dava bastante gente, o comércio era mais bombado e, agora que regularizou tudo, parece que não vem ninguém para cá”.
“Está bem parado, muita gente desanimada. A gente está vindo aqui pagar para trabalhar”, reforçou Lima.
Boxista Nilson Ernesto de Lima, de 47 anos
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Além disso, ele também disse que todos os boxes precisam reabrir “o mais urgente possível” e ainda apontou a necessidade da retomada de funcionamento da passagem de pedestres da Zona Leste para o Centro e da praça de alimentação.
Para Bruno da Silva Santos, de 22 anos, a situação do Shopping Popular “está dando uma melhorada”.
“Agora, bastante gente está começando a abrir. Graças a Deus, neste Natal a gente vendeu bem. Esse começo do ano também está tudo bem e vamos ver o que vai dar”, afirmou o boxista ao g1.
O comerciante Francisco Ferreira Lima, conhecido como Chicão, de 62 anos, ressaltou que o Camelódromo melhorou, pois não tem mais aquela “poluição visual” que existia. Além disso, as vendas dele também estão melhores.
“Estive três anos e meio no Terminal Urbano [durante a reforma do Camelódromo] e, praticamente, nos seis meses que estou aqui, já vendi mais do que os três anos e meio lá embaixo”, avaliou Chicão ao g1.
Boxista Francisco Ferreira Lima, conhecido como Chicão, de 62 anos
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Por fim, a boxista Vera Lúcia Vieira, de 60 anos, afirmou que a estrutura deu “uma pequena melhorada”, mas constatou que as vendas ficaram piores.
“Muitos boxes fechados por muita burocracia, acho que deveria diminuir essa burocracia. Aluguel alto, porque tem muita gente que não consegue fazer nem para a energia, que dirá para o aluguel. Eles deveriam facilitar mais para o pessoal entrar aqui, para encher e ter movimento, porque por enquanto ainda está bem parado”, analisou Vera.
O boxe dela está localizado em frente à Avenida Brasil e a comerciante reclamou da forte incidência de raios solares, prejudicando as vendas.
“Aqui na frente não está bom, aqui o sol é muito forte. Na parte da tarde, você não consegue trabalhar, cliente não encosta, não chega”, disse Vera ao g1.
Ela também afirmou que alguns boxistas colocaram uma proteção, feita de tela de sombreamento, em frente aos boxes contra a chuva e o sol e espera a instalação de toldos para resolver o problema de forma definitiva.
Proteção colocada pelos próprios boxistas contra sol e chuva no Camelódromo de Presidente Prudente (SP)
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‘Indo sem comprar’
Não são só os boxistas que sentem os problemas do Shopping Popular. Os consumidores que vão até lá para comprar produtos também relataram ao g1 o que estão achando do Camelódromo após seis meses da reinauguração.
Para Flávio de Almeida Monzani, de 37 anos, o local está mais bonito após a reforma. Pela primeira vez após a reinauguração, ele foi ao Camelódromo acompanhado do filho.
“Sendo a primeira vez que eu venho depois da reforma, está mais bonito. Estava até comentando com o meu filho que antigamente parecia até um cortiço, uma favela. Agora, o espaço está legal, está melhor”, avaliou Monzani ao g1.
Já Cléber Carvalho Aguirre, de 44 anos, disse que o Shopping Popular melhorou, porém, ainda são necessários uma praça de alimentação e mais boxes abertos.
“O espaço ficou melhor, mais aconchegante. Antes era tudo muito junto”, afirmou Aguirre.
Juliana da Silva Cherubim, de 41 anos, estava no Camelódromo com os dois filhos e não achou o produto que procurava. Ela afirmou que o local ficou melhor, mas deveria contar com mais lojas abertas.
“Ficou bem melhor, porque está mais amplo. Eu acho que deveria ter mais lojas, porque tem bastante loja fechada”, avaliou Juliana.
Para a jovem Isabelle Magalhães, de 19 anos, o Camelódromo está melhor, mais estruturado e os grafites deixam o local mais bonito. Entre os itens que ela acha necessário ter no Shopping Popular, estão a praça de alimentação, mais banheiros e bebedouro com água gelada.
Camelódromo de Presidente Prudente (SP)
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A aposentada Odete Gimenes, de 65 anos, disse ao g1 que frequenta o Camelódromo há muitos anos e gosta de comprar roupas, bolsas e outros produtos no local. Ela afirmou que o Shopping Popular “era muito movimentado” e tinha “muita diversidade”.
Além disso, ela ainda ressaltou a quantidade de boxes fechados.
“Muitos anos que eu venho e fiquei triste por ver assim. A estrutura foi bem bolada, mas não sei o que aconteceu. Eu estou indo sem comprar”, finalizou a aposentada.
Camelódromo de Presidente Prudente (SP)
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Os boxes fechados também chamaram a atenção de Luís Antônio Rozan, de 69 anos. Ele avaliou que o Camelódromo “ficou mais limpo, mais organizado” e “bem mais aconchegante”, porém, acredita que mais boxes deveriam estar abertos.
“Eu estou vendo aqui que estão faltando muitos boxes ainda para abrir, muitos boxes fechados ainda. Agora, não sei o motivo, mas eu acho que deveria abrir mais”, afirmou Rozan ao g1.
Camelódromo de Presidente Prudente (SP)
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Sem definição
A secretária municipal Ana Paula Athayde Setti disse que, seguindo exigências do Ministério Público do Estado de São Paulo (MPE-SP), a área onde será instalada a praça de alimentação deverá contar com cobertura.
“A Prefeitura, então, está estudando de que forma executar essa estrutura da forma mais econômica possível. Vencida esta etapa, o edital para ocupação dos espaços da praça de alimentação será publicado”, afirmou Ana Paula ao g1.
Camelódromo de Presidente Prudente (SP)
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Já sobre o total de boxes que serão instalados na praça de alimentação, a secretária municipal reforçou que “ainda não está definido”.
Ana Paula Athayde Setti disse ainda ao g1 que recebeu a reclamação de oito boxistas sobre a falta de toldos contra a chuva e o sol no Camelódromo.
“Conforme projeto inicial, o custo para construção de toldos padronizados naquele local ficaria em torno de R$ 300 mil. A administração está buscando viabilizar recursos para realizar a obra”, finalizou a secretária.
Camelódromo de Presidente Prudente (SP)
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Já sobre a passagem de pedestres entre a Rua Marechal Floriano Peixoto, na Vila Marcondes, e a Rua Tenente Nicolau Maffei, no Centro, a Prefeitura de Presidente Prudente informou, por meio de nota ao g1, que a Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos (Sosp) “está finalizando as adequações” e “depende de autorização para liberar a passagem de pedestres sobre a linha férrea”.
“A administração municipal está em busca desta liberação por parte dos órgãos fiscalizadores, pois entende que aquele trecho contribui significativamente para a ligação entre o Centro e a Zona Leste da cidade”, afirmou o Poder Executivo.
Em relação ao bebedouro retirado do Shopping Popular, a Prefeitura reforçou que “está em fase de licitação a compra de um novo” e, assim que concluído o processo, “o aparelho será instalado”.
Passagem de pedestres em obras no Camelódromo de Presidente Prudente (SP)
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Camelódromo de Presidente Prudente (SP)
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Local destinado à praça de alimentação do Camelódromo de Presidente Prudente (SP) está vazio
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