Todos os dias nos deparamos com notícias de violência contra a mulher, sendo a maioria desses casos de agressão física com histórias que nos deixam atônitos. Contudo, infelizmente esta é forma mais divulgada de violência. Existe outra, mais comum, mas de difícil comprovação, pois não deixa marcas visíveis no corpo, porém, a dor é intensa.
A violência psicológica deixa marcas profunda e ninguém sai ileso de ameaças constantes, chantagens e agressões verbais sarcásticas. E quando esse comportamento vem de alguém que deveria ser uma fonte de apoio e confiança, como um parceiro afetivo, a dor se mistura com sentimento de culpa. A vítima, de tão fragilizada, pode chegar ao ponto de acreditar que a violência que está sendo submetida foi provocada por ela.
Os abusos em um relacionamento amoroso raramente surgem de forma abrupta. Inicialmente, as formas de controle ou ciúme são sutis e frequentemente são justificadas pelo agressor como demonstrações de carinho e cuidado. À medida que o tempo passa, esses comportamentos abusivos se intensificam por meio de manipulação emocional, humilhações e outros comportamentos prejudiciais. Após o momento de fúria, o agressor muitas vezes apresenta uma promessa de mudança. Essa tática gera confusão emocional na vítima, tornando difícil reconhecer a armadilha que está envolvida e tomar decisões sobre o relacionamento.
O fato é que a transição da violência psicológica para a violência física, não é incomum. O abuso é sempre sublinhado pelo poder, e quando um agressor percebe uma ameaça a esse poder, pode responder de forma impulsiva, impondo sua presença através de comportamentos violentos.
Desvencilhar-se de toda essa teia perversa não é um processo simples, mas é possível. Algumas mulheres conseguem identificar o ciclo, romper com a inércia e denunciar. Evidentemente, nem todas. A violência psicológica causa estragos muitas vezes irreversíveis na autoestima da vítima. Isso pode levá-la a considerar que não tem nada de bom a oferecer, tornando-a emocionalmente mais dependente do agressor.
O fato é que, as emoções nem sempre encontram palavras para serem descritas. No caso das vítimas, o medo frequentemente torna difícil expressar verbalmente o que estão sentindo. Por isso, é crucial estar atento aos sinais não verbais e oferecer uma rede de apoio por meio de amigos, familiares ou instituições judiciais.
A violência contra a mulher não deve ser encarada como um assunto exclusivo do casal, mas sim um assunto de principal relevância que diz respeito a toda a sociedade. Nós fazemos parte dessa sociedade onde essa violência acontece, e é responsabilidade de todos nós criarmos um ambiente mais seguro e equitativo para as mulheres. Créditos: Joselene L. Alvim- psicóloga
Dói mais que tapa
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