Com os nervos à flor da pele


Exaustão emocional, impaciência, baixa autoestima, falta de motivação, sentimento de ineficácia e dificuldade de concentração. Você se identifica com esses sintomas? Eles são sintomas emocionais resultantes de elevados níveis de estresse relacionados ao trabalho, sendo característica da Síndrome de Burnout.
Claro que o trabalho nos traz inúmeras vantagens como autonomia financeira, satisfação individual, entre outros. Esses aspectos são amplamente reconhecidos e não costumam ser objeto de debate. No entanto, o ambiente corporativo também pode ter um impacto negativo em nosso estado de ânimo e causar problemas.
Na Síndrome de Burnout, muitos fatores de risco contribuem para o seu desenvolvimento, alguns dos quais podem ser sutis e não diretamente ligados a eventos notáveis. Tais fatores podem afetar o indivíduo de maneira insidiosa.
Diversos estudos têm mostrado que pessoas competitivas, com dificuldade em lidar com frustrações, ansiosas e perfeccionistas, que se dedicam em excesso às tarefas, estão mais propensas a desenvolver Burnout. Suas expectativas elevadas em relação a si mesmas, combinadas com a necessidade de validação e reconhecimento através do trabalho, os levam a ser excessivamente minuciosas, resultando em sobrecarga. Essa carga excessiva se reflete tanto no corpo quanto na mente, manifestando-se em atitudes negativas, irritação constante, obsessão pelo trabalho, isolamento, depressão, dentre outros sintomas.
O Burnout pode ser compreendido se considerarmos que estamos imersos na cultura do imediatismo, do consumismo e do descarte, seja de objetos ou de relações interpessoais. No caso do trabalho, isso pode deixar os colaboradores inseguros e ansiosos. Pelo medo de perder o emprego, alguns procuram executar as tarefas com perfeição, num comportamento obsessivo, que eventualmente resulta em exaustão. Soma-se a isso um ambiente marcado por diversas situações de pressão, com demandas complexas, prazos apertados e ambientes conflituosos, o que contribui para intensificar o adoecimento.
Para equilibrar as demandas que o dia a dia inevitavelmente nos impõe, é de suma importância que tenhamos uma compreensão clara dos nossos limites. O autoconhecimento nos possibilita refletir sobre a imagem que temos de nós mesmos e proporciona clareza mental para vivermos com qualidade de vida.
O sentimento de que nunca somos bom o suficiente e que, portanto, é preciso dedicar mais e mais, é uma autocrítica que, ao contrário do que se pensa, não levará a melhorar o desempenho profissional e podem resultar em caminhos perigosos, como a exaustão física e emocional. Créditos: Joselene Alvim- psicóloga

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