O TDAH em adultos


Desatenção, dificuldade de concentração, impulsividade e a hiperatividade são as principais características do Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), apesar de não ser uma regra apresentarem juntas em uma mesma pessoa.
De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), o TDAH é classificado como um transtorno do neurodesenvolvimento e apresenta três tipos: predominantemente desatento; predominantemente hiperativo-impulsivo; e o tipo combinado, que engloba tanto desatento quanto hiperatividade-impulsividade.
O diagnóstico desse transtorno geralmente ocorre quando a criança ingressa na escola, visto que é nesse momento que a distração, a dificuldade de foco em um assunto específico, a organização de tarefas ou do próprio tempo, é mais observada. Além disso, algumas crianças podem parecer irritadiças e mais agitadas do que as demais. Essa energia inesgotável é, às vezes, interpretada por algumas pessoas como algo “natural da idade” ou decorrente da falta de limites dos pais, o que dificulta o diagnóstico e o tratamento adequado.
Em adultos com TDAH, quando não há diagnóstico e tratamento na infância ou adolescência, é comum relatos de problemas no trabalho, como atrasos nas tarefas ou pontualidade comprometida, dificuldade para manter o foco e desafios nas relações interpessoais. Alguns adultos podem apresentar outros problemas associados, como abuso de substâncias químicas, depressão e ansiedade.
No contexto afetivo, são frequentes as queixas de não lembrar de compromissos ou datas importantes, como aniversários de parentes ou amigos, além de esquecer de realizar atividades domésticas ou não prestar atenção no que o outro está dizendo, o que pode levar a interpretações equivocadas de falta de consideração. Atitudes corriqueiras do dia a dia como esquecer de fechar a torneira ou a porta, ou de pagar uma conta, além de outros afazeres, quando ocorrem repetidamente, podem desencadear conflitos, enfraquecer o relacionamento e até levar o casal a considerar a possibilidade de separação, uma vez que nunca cogitam a hipótese de tais comportamentos serem decorrentes de um TDAH.
Assim, a falta de compreensão do ambiente em que vivem pode levar ao surgimento de rótulos, como “preguiçosos”, “desorganizados”, “irresponsáveis”, “indisciplinados”. Esses rótulos levam essas pessoas a acreditar que nunca conseguirão desenvolver seu potencial, resultando em uma percepção negativa de si mesmas e afetando significativamente a autoestima. Em alguns casos, pode levar ao isolamento social.
Isso demonstra a importância de realizar um diagnóstico preciso por meio de profissionais especializados, como psiquiatras ou neurologistas, e submeter-se a uma avaliação neuropsicológica e multidisciplinar para evitar confusões com sintomas similares comuns a maioria das crianças ou adultos, como mencionado.
O tratamento adequado engloba a combinação de medicamentos, intervenções pedagógicas e psicológicas. Além do tratamento, a conscientização e compreensão das pessoas que convivem com aqueles que têm esse jeito “acelerado ou avoado de ser”, são fundamentais, pois é importante perceberem que, ao contrário do que possam pensar, eles não agem assim de propósito. Créditos: Joselene Lopes Alvim- psicóloga

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